9 de setembro de 2015

Confissões já conhecidas

       Penso num texto e lá vou eu me por a escrever nessa noite de insônia. Me deparo com um textinho momentâneo de um tempo atrás e me ponho a chorar  pela concretização dele. É estranho como meu espírito sempre alegre e otimista com os outros, pode ser tão pessimista comigo mesma. O pior é acertar. É engraçado também pensar no tipo de pessoa que passo para as pessoas. Aquela forte, que fala de sacanagem e que parece não ligar para os tombos que leva. A questão é que no fundo eles doem, bem mais do que eu gostaria de admitir.
       Muitas vezes eu paro e penso que gostaria ter um coração de pedra mas isso não seria eu. Posso me ferrar quantas vezes for, entrarei na fila novamente com um sorriso imenso no rosto. Mesmo que seja um grande tombo, como acontece com muitas pessoas que se fecham, creio que não funcionaria comigo. Sou daquelas que pula do bungee jumping e corta a corda. Me quebro toda, subo, e pulo de novo. Acho que há a esperança de haver um rio profundo embaixo.
       Eu não sei se absorvo a chama da pessoa com minha fogueira de São João ou se há realmente uma chama olímpica percorrendo os cantos para finalmente chegar a mim.
       A gente vai seguindo com o que dá. Aprendendo ou não com alguns erros, conhecendo gente nova, aprendendo com antigas, deixando o vento nos levar como uma folha numa tarde de outono, com o frio cortando e o Sol brilhando no horizonte.

12 de março de 2015

A eterna apaixonada

        Não é qualquer um que chega com jeitinho, falando manso no ouvido que me conquista. Mas se for daquele jeito, eu fico sem jeito, só esperando teu beijo.
        Meu coração é mole e a carne é fraca, confesso. Não é qualquer um mas dependendo do dia, é sim! Sou mulher e exijo meus direitos. Tenho desejos maiores e quero beijos intermináveis até que os olhos mudem de cor.
        No fundo as vezes acho que não sei o que quero, porque se soubesse não me apaixonaria tão fácil. Mas refaço meu pensamento quando o outro sai ligeiro, feito vento, da minha cabeça e do meu coração e um mais esperto toma meus sonhos, sem nem saber.
        O problema é aquele que fica. Não do seu lado mas na sua cabeça. Que você briga para apagar da sua memória, de verdade, mas a vida te dá sopros de lembrança que te remexem por dentro, mas você só quer distância. É complicado.
        Na verdade você só quer dificultar as coisas. Pelo menos eu sou assim. Quer alguém que te instigue, que dê cor para sua vida ou apenas aceita "o amor que acha que merece". Só que, ainda mais dentro de você, você sabe que isso não é bom e provavelmente só te trará magoas. O ser humano é muito esquisito na verdade.
        E eu paro, vejo essas conclusões e muitas outras e penso que na real, eu só quero alguém que me queira - e demonstre isso - e sem ser aquela tola de encher o saco. Você não é mais criança! Quero dizer... As coisas ilusórias, fantasiosas, são para os sonhos. A vida real precisa de carinho, olho no olho, beijo, sexo, e muitas outras coisas boas e ruins mas com uma pessoa que tá ali do teu lado e que te quer assim.
        Falo como se tivesse descoberto a fórmula secreta e fosse fazer tudo certinho mas que nada! Eu também sou humana.
        Só espero um pôr do Sol com você ao meu lado, seja quem quiser que você seja.

22 de janeiro de 2014

Eu Te Peço

Não me engana
Assim com essa cara de sacana
Me fala coisas
E ativa minha ilusão

Não me engana
Assim com esse olhar
Sem precisar falar
Faz as borboletas voarem

Você não me engana
Já disse que não me ama
Que não me quer
Mas seu riso me faz parar

Não queria essas palavras
Nem mesmo essa paixão
Nem o seu olhar
Nem o seu riso

Mas eles estão ali

Então eu te peço
Não me engana
Ou faz melhor, vai embora
Pelo menos da minha cabeça
Ou só do meu coração

7 de janeiro de 2014

Tudo Diferente

        E eu ainda penso naquele dia. É, as vezes eu me pego pensando em você. Muito menos, é claro. É aquele pensamento de que você podia ter agido daquela forma mais vezes. Seria bom.
        Quando você me chamou pra ficar do seu lado e soltou sorrisos junto à mim. Colou teus lábios aos meus sem ligar para os outros.
        Na hora de ir embora segurou minha mão por vontade própria, me contou suas histórias debaixo do céu negro enquanto caminhávamos e naquele momento eu me senti segura.
        Pena que nem tudo são flores e noites assim não são feitas sobriamente. Ou fui eu que dei azar, vai saber...
        Compreendo mas acho uma pena quem se fecha tanto. É puro medo, autopreservação. Mas a vida está ai pra ser vivida, desde uma transa até um grande romance.
        Não sou, nem quero ser sua dona, curta com quem você quiser. É que um carinho as vezes vai bem. Se interesse realmente por alguém e não suma. Se permita amar, falar, sentir, mas sem ser da boca pra fora. Onde está você agora?
        Pra mim, tanto faz.

2 de outubro de 2013

A Cariúcha

        E lá fui eu para mais uma de minhas aventuras. Saí de um Rio para outro Rio, completamente diferentes. Algumas horas no avião, cabeça doendo, nervosismo e uma linda imensidão azul e branca pela janela. Novos ares e um olhar já conhecido.
        Uma inundação de cultura veio para que meus neurônios fizessem mais sinapses, gerando tudo que é tipo de pensamentos e sentimentos, e para temperar minha alma.      
        O tradicionalismo e as zoações em cima do meu sangue e minha língua carioca me assustaram um pouquinho. Sim, foi quase nada. De alguma forma muito gostosa, esse gaúchos me deixaram à vontade sem eu ao menos perceber. O guri do aconchego. A irmã sagitariana. Os meninos da Praça. A mulher de Alma boa. O querido da cultura. Entre muitos outros que eu troquei palavras ou observei de longe. Todos foram muito impostantes para mim, cada um em sua medida e quesito.      
        E não foram só as pessoas que me deixaram tão atraída por aquele lugar. Os locais, as paisagens que não sei exatamente se era apenas um vislumbramento de quem gosta de viajar e aprecia esses momentos de olhar para o horizonte mas eu senti uma energia muito boa em cada visita, em cada olhar.      
        As gírias aprendidas, o chimarrão não muito apreciado, o sotaque gostoso, o churrasco delicioso, o ar puro...      
        Bah! E esse sentimento doido aqui dentro? Deve ser porque, como A mulher de Alma boa me nomeou, sou Jéssica Cariúcha, muito prazer!      
        Apesar do que vem acontecendo, eu amo a terrinha. Mas os pampas? Eles são incríveis! Espero estar logo de volta.
     
        Bah, tchê! Foi tri!

7 de junho de 2013

A Carta

        Meu querido amigo, aprendi muito com você, me tornei você, ou pior que você. Suas desaventuras em série chicotearam seus efeitos colaterais em mim. Percebi o que você falava, do pouco, entendi. Entendi que a mente é algo cíclico e erótico do sujeito e suas diretrizes o comandam. Você abandonou o caso mas a paciente já não está mais sozinha, está acompanhada por seus anjos delirantes e protetores. E se isso não for real, não há problema. Ainda sim ela está bem, mesmo sozinha.
        Ela compreendeu o valor do seu ser, compreendeu que não há porque falar para os Sete Mundos, o que há com ela. É tudo uma grande bobagem. Algo que vai além do sonhos e das análises não deve ser descartado mas também não precisa receber total atenção. É necessário apenas alguns comprimidos para tudo se esvair pelo vento, sem se sumir por completo.
        Eu era essa paciente. Você era. Você foi o tempo todo o sujeito analisado mas você nunca trabalhou comigo como a psicanálise pede. Os casos são mais fortes. Estamos de alta. Libertados.
        Anna O. te conquistou e você saiu correndo, depois de ter plantado algo nela. E eu só observei, sentindo o cheiro de pudim ao longe que talvez seja a lembrança dos seus doces. Me perdoe por fugir também mas preciso que o método de associação livre recaia sobre mim. Preciso ser livre ao me trancar, ao ser fria na minha subjetividade. Já não há uma relação simétrica. Preciso achar o devido lugar ao qual pertenço, sem atos falhos.
        Cansei da neurose e da histeria.
        Até breve meu amigo Freud, que nos encontremos nos lindos campos da sua época e que possamos divagar sobre nossas teorias. Venha me visitar se quiser para tomarmos um vinho ou um conhaque, fumarmos um charuto e liberarmos o libido, onde um charuto será apenas um charuto.
        Um grande abraço,
        Sua Queria Amiga.

26 de dezembro de 2012

A hopeless place

        Foda-se essa coisa toda de almas gêmeas. É tudo uma grande bobagem. Você sente algo tão forte por uma pessoa e a outra parte não corresponde, não se arrisca. Se ela fosse minha "cara-metade", ela se sentiria da mesma forma e não teria medo, ou não me faria ter medo de me jogar, de colocar a cara a tapa. Então esse sentimento todo que arde a sua alma, ou para alguns, cria essa reação fisiológica que faz seu abdômen ficar leve e seu coração palpitar mais que o normal, faz com que seus músculos da bochecha se contraiam, formando um belo sorriso, sempre que se observa um certo olhar, é algo à toa?
        Se sintam livres para pensar "ah, ela é uma desiludida... se deu mal... etc etc". É basicamente isso mesmo. Talvez sejam nesses momentos que vemos com uma certa frieza as coisas em vez de estarmos aéreos, num conto de fadas. 
        Podia haver em certa parte, aqueles casamentos arranjados de antigamente. Os sortudos se casam por amor e o resto se junto com o outro resto. Porque o ser humano é um ser carente. Necessita dessas ligações e do resultado delas. Eu necessito. Sim, eu assumo que não quero ser um ser sozinho. Eu assumo que quero ter alguém para dividir a cama e criar meus filhos. É meio triste porque a chance de ser uma relação vazia é de uns 90% mas vai que acontece que nem na novela e algum vínculo forte é criado? Utopia talvez.
        Ou então façamos assim: amemos quem nos ama. Em vez de continuar um círculo vicioso no qual ninguém recebe o amor que quer (como na "Quadrilha"), vamos olhar para trás e ver se não há uma chance daquilo dar certo. Não é para se tornar outra "bola de neve" mas sim tentativas. Olhando para trás, você verá alguém que com certeza tem um grande afeto por você, pode até amá-lo. E se alguém te ama não é algo bom? Vamos valorizar isso!
        Em contrapartida, eu quero alguém que me tire o fôlego. Alguém que realmente me faça perder o ar, faça minha respiração ficar pesada apenas com uma aproximação ou um certo olhar. Que me faça agarrar os lençóis com toda minha força, sem fazer muito. Que queira beijar cada parte do meu corpo sem se importar em como ele está ou aonde ele está. Ou pelo menos alguém disposto a tentar e fazer de tudo para conseguir isso.
        Estou aqui, disposta a tentar também, só esperando por você. Estou aqui à beira do precipício só esperando você segurar minha mão, com a certeza de que podemos voar.